ganhe descontos, siga-nos no Linkedin
Os ovos de Páscoa são frequentemente considerados produtos de custo elevado em comparação com as tradicionais barras de chocolate. Essa diferença de valor tem sua coerência explicada tanto pelo supply chain quanto pela demanda do produto. Por um lado, há uma demanda garantida pelo produto, com as pessoas dispostas a pagar mais caro devido à tradição cultural associada aos ovos de Páscoa. Por outro lado, os custos adicionais relacionados à logística, formato do produto, gerenciamento de estoque e ineficiências no transporte contribuem para a elevação do preço.
Entretanto, o cacau é a matéria-prima mais significativa no preço de um chocolate, sendo que sem cacau não há chocolate. O que está acontecendo no mundo para o aumento do preço do chocolate nesta Páscoa?
O aumento de preço dos produtos de chocolate pode ser atribuído a diversos fatores, como flutuações na oferta e demanda de cacau, aumento dos custos de produção, instabilidade climática afetando plantações de cacau em algumas regiões, e aumento dos custos de transporte e logística, entre outros. Esses elementos contribuem para o aumento dos preços dos produtos de chocolate, incluindo os ovos de Páscoa, nesta temporada.
No ano passado, o preço do cacau estava em torno de R$8.5/kg, enquanto este ano já está em R$20.4/kg e não mostra sinais de redução. A composição do cacau em um chocolate pode variar de 15% a 40%, pois tanto a massa como a manteiga de cacau são utilizadas. Isso significa que em um ovo de Páscoa de 100 gramas, o custo que era de R$2/100g agora saltará para R$5/100g, representando um acréscimo de R$3 no mínimo por ovo de Páscoa de 100 gramas. Isso pode parecer pouco em valor unitário, mas representa um aumento de mais de 10%, considerando que a Páscoa movimenta no Brasil mais de 10 mil toneladas, o que resultará em um incremento de R$30 milhões na cadeia de suprimentos de chocolate.
O aumento nos preços do cacau já está refletido nos preços futuros negociados na bolsa de valores, atingindo a máxima de 46 anos. Esses preços no varejo que serão repassados ao consumidor final devem impactar o volume de vendas e dificultar o crescimento da categoria. A escassez de cacau e os altos preços no varejo devem desestruturar a cadeia de suprimentos, levando a decisões difíceis sobre estoque, receita e lucro, especialmente na preparação para a Páscoa.
O aumento expressivo dos futuros de cacau em mais de 100% até o momento será duradouro, com impacto direto nos custos da produção de chocolate. Os produtores menores podem se beneficiar dessa oportunidade, mas enfrentarão limitações de volume disponível para negociação. A reserva antecipada de suprimentos pelos fabricantes de doces pode resultar em surpresas para os consumidores, e há uma possibilidade de mudança no padrão de consumo, com desaceleração das compras diante dos aumentos dos preços da manteiga e massa de cacau.
A produção de cacau enfrenta desafios climáticos significativos, como secas e excesso de chuvas, que têm afetado a produção, levando a atrasos nas colheitas e aumento de doenças nas plantações. Embora o Brasil seja um país de alto consumo, os americanos liderem o consumo absoluto e os europeus liderem em consumo per capita. No curto prazo, espera-se que os aumentos de preço incentivem o plantio de árvores de cacau e a exploração de receitas alternativas de chocolate. Contudo, a demanda por chocolate é elástica, e aumentos de preço no cacau e no chocolate levam à redução do consumo. Para fornecedores e agricultores em regiões afetadas, os desafios são grandes e podem levar a consequências negativas se não houver uma ótima parceria de suprimentos, principalmente pelas empresas que comandam este mercado, como Nestlé, Mondelez, Mars e Hershey. Se você é comprador de alimentos e está de alguma forma associado à cadeia de suprimentos do cacau, espere altas emoções em 2024 e 2025.
Easter eggs are often considered high-cost products compared to traditional chocolate bars. This difference in value is coherent explained by both the supply chain and the product's demand. On one hand, there's a guaranteed demand for the product, with people willing to pay more due to the cultural tradition associated with Easter eggs. On the other hand, additional costs related to logistics, product format, inventory management, and transportation inefficiencies contribute to price escalation.
However, cocoa is the most significant raw material in the price of chocolate, as without cocoa, there is no chocolate. What is happening in the world for the increase in chocolate prices this Easter?
The increase in chocolate product prices can be attributed to various factors, such as fluctuations in cocoa supply and demand, rising production costs, climate instability affecting cocoa plantations in some regions, and increased transportation and logistics costs, among others. These elements contribute to the rise in chocolate product prices, including Easter eggs, this season.
Last year, the price of cocoa was around R$8.5/kg, while this year it's already at R$20.4/kg and shows no signs of reduction. The composition of cocoa in chocolate can vary from 15% to 40%, as both cocoa mass and butter are used. This means that in a 100-gram Easter egg, the cost that was R$2/100g will now jump to R$5/100g, representing an increase of at least R$3 per 100-gram Easter egg. This may seem small on a unit value basis, but it represents an increase of over 10%, considering that Easter moves more than 10 thousand tons in Brazil, resulting in a R$30 million increase in the chocolate supply chain.
The increase in cocoa prices is already reflected in futures prices traded on the stock exchange, reaching a 46-year high. These retail prices that will be passed on to the end consumer are expected to impact sales volume and hinder category growth. Cocoa shortages and high retail prices are expected to disrupt the supply chain, leading to tough decisions on inventory, revenue, and profit, especially in preparation for Easter.
The significant increase in cocoa futures by over 100% so far will be long-lasting, with a direct impact on chocolate production costs. Smaller producers may benefit from this opportunity but will face limitations on available volume for trading. Early booking of supplies by candy manufacturers may result in surprises for consumers, and there's a possibility of a shift in consumption patterns, with a slowdown in purchases due to increases in cocoa butter and mass prices.
Cocoa production faces significant climatic challenges, such as droughts and excessive rainfall, which have affected production, leading to harvest delays and increased diseases in plantations. Although Brazil is a country of high consumption, Americans lead in absolute consumption and Europeans lead in per capita consumption. In the short term, price increases are expected to encourage cocoa tree planting and exploration of alternative chocolate recipes. However, chocolate demand is elastic, and price increases in cocoa and chocolate lead to reduced consumption. For suppliers and farmers in affected regions, the challenges are significant and can lead to negative consequences without optimal supply partnerships, mainly for companies that dominate this market, such as Nestlé, Mondelez, Mars, and Hershey. If you are a food buyer and are in any way associated with the cocoa supply chain, expect high emotions in 2024 and 2025.